Azul rasgando as retinas dos que ainda olham para o céu. Mas um Casmurro moderno quebra sua força de amar.É preciso sair dessa,Pedro. Ela pega firme no seu pulso de menino, você não vê. Esses tênis modernos,essa sua fala embebida em psicanálise não esconde essa sombra, esse gene de Bentinho escondido entre as flores que compra, que oferece . Ela é de luz, homem. Não é preciso força, ela está derramando aqueles seus olhos que cabem o mundo, que cabem o mundo,mas ela quer você. Ela teria um filho seu, se vê no jeito que ela cozinha, assim como nas suas construções sintáticas, o tanto de amor que ela emana com o cheiro libidinoso de seus perfumes para esperar sua chegada, guarda essa sina de homem triste, o céu de março desaguou flores no seu jardim , deixa essa dureza de rotina e compra uma poesia para ela, não esconde esse rompante escarlate. Esses suspiros são dela, não hesite em dizer, não perca essas nuvens lhe levantando do chão, as palavras ofegantes em seu pescoço são suas somente. Não seja triste, não deixe passar essas alegrias alaranjadas, se deixe,os braços dela são fortes como uma flor.
O medo é um arapuca para um rapaz tímido como você. Solte essas amarras e abra um sorriso,antes o escândalo que a palavra não dita, que sejam de luz os dias todos seus.
Vença o medo de parecer ridículo e ingênuo, compre passagens, recorte pedaços de seus dias e divida com ela, não é fraqueza querer dividir um poema comprado na rua, uma novidade no céu, ou um tesão descabido num vagão de metrô. Não ouça amigos infelizes, acorde antes com os poros, abre os olhos sobre os cílios mornos e longos de seu bem, omitir as poesias que escorrem de seus gestos pode lhe trazer um mal da alma,pode emudecer os acordes dos anjos ébrios que embalam sua espera por ela.
Seja, homem, avesso aos manuais que capitalizam o amor em imperativos na seção de auto-ajuda, às convenções burras que inibem sua sensibilidade, aos porquês que justificam o amor, seja combustão de palavra e pele, combustão.
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