terça-feira, 10 de junho de 2014

à NAMORADA - por Adilma Secundo Alencar.

À namorada.
Às mãos dadas, luz.

Pela força nesses olhos pequenos, por esse riso com cara de besta e esse jeito bruto de ser doce e chorona, pelo seu entendimento de minha fala, às vezes, incompleta, porque eu não sei terminar alguns pensamentos. Pela vontade de viajar por aí, viajar por um livro, por permitir nossa luz no mesmo espaço, por dividir seus sorrisos que me trazem pedaços de nuvem, por me acompanhar nos cantos bonitos dessa tua cidade minha, por me deixar te ver ver o mar ao seu lado. 

Pelo beijo com gosto de café e manhã, pela comida com gosto de sol num parque qualquer, pela letra na minha pele, por todos os cantos que me trazem coisas suas: tom carmim, gosto doce, luz azul, paroxítonas, doce de leite, estilo retrô anos 30, chapéus, motocicletas, algodão doce, vestidos de bolinha e filmes de amor. Pela vinda tarde da noite, pela minha espera doce, doce como eu não sabia ser, por rir do meu medo da loucura e me mostrar que a chuva de pedrinhas não faz medo nenhum, traz natureza branca para meu cacto junto daquelas flores resistentes no quintal de casa.


Por me trazer essa pressa pelo teu cheiro, essa urgência de quem não pode esperar mais de um dia por teu abraço, pelas coisas bestas e tão nossas, pelo seu consentimento de me entender na irresponsabilidade da lida, pelo teu corpo tão encontrado no meu , pelas urgências pares de dar conta de uma poesia impetuosa que rompe a tarde de domingo e é explosão de rio desaguando, de enchente rebentando cerca.
Pela voz, à noite, querendo dengo, querendo que o final de semana não tarde.

Pela coisas não ditas e abraçadas no nosso corpo morno e cansado. Obrigada, Flor.

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