terça-feira, 24 de junho de 2014

dIZER - por Adilma Secundo Alencar.

Com tua mão na minha: atravessar faróis, ver a novidade de abrir um livro novo, conhecer lugares, fazer café enquanto você me lê seu conto preferido da sua escritora preferida. Enquanto mulheres geram filhos, meninas moças debutam, pedreiros empilham tijolos amarelo ocre, médicos receitam  comprimidos brancos e amargos, agricultores arrancam raízes da terra fofa, putas se enfeitam, enquanto o sol se exibe para os homens sãos,enquanto a vida velozmente explode em tons de vermelho, eu aqui vadiamente ocupada ensaio um outro jeito de também narrar as coisas todas que você comove em mim.
Enchendo meu abraço de calor e pressa, eu já não sei mais do resto do mundo, porque o resto do mundo não tem um convite como o seu,todo em lábio escarlate e perfume de nuvem.
Eu não quero sair de dentro dessa áurea febril.Eu quero gozar o contínuo de nossos corpos se querendo, eu estou querendo dizer as coisas que nenhuma palavra alcança .

Um comentário:

  1. Muito lindo, Adilma. " dizer as coisas que nenhuma palavra alcança."
    Sendo assim fica bobo dizer ( é o que cabe dentro da palavra): muito lindo.
    Mas é.

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