Uma gota de chuva, um copo
de café com leite, um botão vermelho na sua blusa, em transe ardente de minhas
vontades desmedidamente prontas para seu sim, eu já não sei levar os dias sem
ressignificar as flores abertas em todos os cantos anunciando sua vinda. A água
insiste e rompe os ferros dos trens, a sintaxe das placas, as modalizações
todas amolecem cadentes num imperativo seu: vem
Não fico, faço festa pagã
para jogar suas rendas rente aos pés da cama, rentes à calma que precede o
beijo. Uma pétala nua embalando
ventanias, um canto de sereia anunciando naufrágios, abismos de carne e dentes
mergulhando num rio morno para legitimar a língua, fazer verbos sustentados numa
gota de arco-íris cismando nas retinas nuas de sua meninice, porque seus seios
são meus dois olhos em farra de samba , meus dois olhos nadando em beleza de
carnes nuas.
Cismar na escolha do batom é
sina de vermelho , é sina de cigana doida enlouquecendo meus lençóis, revirando
retalhos de poesias azuis, tecendo lã amarela nas manhãs de outono. Na desrazão
do signo e no encantamento das letras abrindo um universo de raízes ,de sumo,
de carne e osso. O espaço de todos os signos molhados abençoando a semana de
fruto, de flor e vida. Porque é de água seu signo e minha sede.
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