quarta-feira, 16 de abril de 2014

sIGNOS - por Adilma Secundo Alencar.

Uma gota de chuva, um copo de café com leite, um botão vermelho na sua blusa, em transe ardente de minhas vontades desmedidamente prontas para seu sim, eu já não sei levar os dias sem ressignificar as flores abertas em todos os cantos anunciando sua vinda. A água insiste e rompe os ferros dos trens, a sintaxe das placas, as modalizações todas amolecem cadentes num imperativo seu: vem
Não fico, faço festa pagã para jogar suas rendas rente aos pés da cama, rentes à calma que precede o beijo.  Uma pétala nua embalando ventanias, um canto de sereia anunciando naufrágios, abismos de carne e dentes mergulhando num rio morno para legitimar a língua, fazer verbos sustentados numa gota de arco-íris cismando nas retinas nuas de sua meninice, porque seus seios são meus dois olhos em farra de samba , meus dois olhos nadando em beleza de carnes nuas.

Cismar na escolha do batom é sina de vermelho , é sina de cigana doida enlouquecendo meus lençóis, revirando retalhos de poesias azuis, tecendo lã amarela nas manhãs de outono. Na desrazão do signo e no encantamento das letras abrindo um universo de raízes ,de sumo, de carne e osso. O espaço de todos os signos molhados abençoando a semana de fruto, de flor e vida. Porque é de água seu signo e minha sede.

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