terça-feira, 7 de maio de 2013

sEREIA - por Dilma Alencar.



De repente lágrimas.
A voz cadente silenciou, e foi brisa, foi vento nas águas de um rio calmo de manhãzinha.
Eu senti vontade de cuidar de seu soluço de mulher, de significar suas tatuagens, e acalmar esse seu medo escondido nos traços que seu erotismo insinua. Como se afoito no desejo que o impulso encerra meus olhos não acompanhassem seus símbolos na pele, no corte do cabelo, na carta de tarô, nas coisas que eu sinto, como se não soubesse do perigo de estar perto, eu sorri.
A avenida em frente ao bar enfileirava carros apressados, motoristas apáticos, angustiados diante da luz da cidade. Eu, entre gestos e risos, interrogava seu desejo, porque eu já não posso com estrelas cadentes.
Como eu direi todas as palavras que estão agoniadas no silêncio? Se depois de ditas desenham nós nos passos tortos do que queremos.
Teus ais líquidos nas noites de festas, teu som de maré, teu canto é sina de sereia perdida.
Quem navega sente.

Um comentário:

o Febre CRÔNICA agradece sua leitura e comentário.