terça-feira, 3 de dezembro de 2013

eLA -por Adilma Secundo Alencar.

Quantos desejos atropelados na pressa do cotidiano.Ela me deu três boletos de valores salgados,sábados vistos através de vidros devidamente higienizados,livros caros,mas tão bonitos,uma saudade de casa que me fincou identidade e vertigem de cigana.Ela me mostrou luxos que eu não terei e dores que o riso me livrou.Me mostrou também que dizer,às vezes, é mais bonito calando-se, e que se você não tem um coração bobo nunca poderá ser maduro o bastante para brincar sobre a grama no sol frio do mês de maio.Ela me mostrou que a justiça nem sempre é bem recebida e que há quem prefira cadeados e cercas.
Não foi simples,mas foi preciso aprender que a liberdade  é um parto e um estigma, que é o que se tem quando seu olhar se perde na imensidão das cores. Me ensinou que a família é um mundo que comove,enreda, que machuca e dá de comer.Ela me fez lágrimas coloridas no absurdo das guerras.Ela,a vida,chorou comigo essa beleza de caos que o corpo testemunha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

o Febre CRÔNICA agradece sua leitura e comentário.