Quantos desejos atropelados na pressa do cotidiano.Ela me deu três boletos de valores salgados,sábados vistos através de vidros devidamente higienizados,livros caros,mas tão bonitos,uma saudade de casa que me fincou identidade e vertigem de cigana.Ela me mostrou luxos que eu não terei e dores que o riso me livrou.Me mostrou também que dizer,às vezes, é mais bonito calando-se, e que se você não tem um coração bobo nunca poderá ser maduro o bastante para brincar sobre a grama no sol frio do mês de maio.Ela me mostrou que a justiça nem sempre é bem recebida e que há quem prefira cadeados e cercas.
Não foi simples,mas foi preciso aprender que a liberdade é um parto e um estigma, que é o que se tem quando seu olhar se perde na imensidão das cores. Me ensinou que a família é um mundo que comove,enreda, que machuca e dá de comer.Ela me fez lágrimas coloridas no absurdo das guerras.Ela,a vida,chorou comigo essa beleza de caos que o corpo testemunha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
o Febre CRÔNICA agradece sua leitura e comentário.