Eu só consigo ter voz pelo outro. De mim as palavras não saem. Um dia ainda engasgo de tanto que não tenho dito. Por isso coleciono aforismos, mensagens alheias que uso como legendas da minha própria vida. Por isso as músicas, os filmes, os livros, para pescar citações. Para capturar nas falas dos outros a vontade das minhas. Para ser espectador do que a vida pode ser. Nos outros. Sempre nos outros. Em mim não. Em mim a vida é limitada.
Vou buscando na arte alheia a experimentação. A sensação, o arrepio, a excitação, a fome e o que comer. Tudo que eu um dia já quis para a minha arte, para a minha vida. Não quero mais. O alheio já me basta. Alguns nascem assim, para ver. Não para viver. Sou desses.
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