Para ti eu preciso repetir tudo. De novo e de novo e sempre e outra vez, como quem reza uma ladainha, como se eu falasse uma língua de lengalenga sem fim. Por acaso entendes as palavras que te digo? Eu rezo por ti, eu derramo bantos sobre a tua cabeça, enquanto tu praguejas e esparges merda fresca sobre a minha. Eu te abençoo, tu me esconjuras. É sempre assim. Eu te salvo, resgato, te monto em um pangaré alado. Tu me deixas, todas as vezes, como fugiria se eu fosse o próprio diabo. Teu inferno são outros. Nunca ouviste dizer?! Ah não?! Como não!? Como não se fui eu que disse e repeti, de novo e de novo e sempre e outra vez.
Vês? Não me vês. Não me ouves. Não me falas. Não me beijas. Teu inferno sou eu? Porque, sinceramente, o meu tem sido tua incompreensão. E temo que, no primeiro exorcismo, tu acabes banida junto com ela.
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